Se o resultado do confronto não foi o desejado pelos goianos, a presença maciça da torcida do Goiás no duelo entre o time e o Emelec, do Equador, pela Copa Sul-Americana, dia 15 de outubro, no Serra Dourada, deixou claras duas verdades. A primeira delas é a grandeza da torcida do Goiás e sua capacidade de fazer belas festas. A outra é que o tão criticado Estádio Serra Dourada continua capaz de receber, com eficiência, grandes públicos e espetáculos. Cerca de 27 mil pessoas pagaram ingresso para assistir ao jogo, uma multidão que teria gerando muitos problemas se todas criticas que vêm sendo feitas ao estádio fossem verdadeiras. No entanto, nenhum incidente digno de registro foi verificado.
É fato que o complexo, de aproximadamente 40 anos, tem hoje muitas deficiências, que estão sendo corrigidas paulatinamente, mas isso não significa que o estádio tenha se tornado obsoleto ao ponto de não servir mais para grandes eventos, como ficou evidente mais uma vez.
PROBLEMAS
Itamir Arantes, o Gueroba, atual diretor de Infra-estrutura Esportiva e Turística/Agetop, órgão do Governo responsável pela administração do Serra Dourada, é o primeiro a apontar as deficiências que o estádio tem hoje em dia. Mas salienta que, por isso mesmo, a equipe que cuida do local trabalha constantemente para corrigir os problemas, enquanto se aguarda o momento em que o complexo passará por uma ampla reforma, adequando-o ao novo conceito de “arena multiuso”, que anda em moda atualmente.
Essa reforma já está no cronograma da Agência de Transportes de Obras – Agetop -, e deverá acontecer em 2015. “Seria muita ingenuidade dizer que o Serra Dourada não tem problemas. Trata-se de uma obra de 40 anos e uso continuo. Não há como não surgirem problemas. Sabemos disso e tentamos resolver tudo a contento. Porém, mesmo com todas essas deficiências o estádio tem correspondido às expectativas e mostrado a capacidade de funcionar bem em grandes eventos”, afirma Arantes.
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E ele tem razão. Para respaldar seus argumentos, Itamir Arantes pode citar pelo menos três eventos com grande público realizados no Serra Dourada nos últimos tempos, além do jogo do Goiás pela Sul-Americana. Pode falar, por exemplo, do show do ex-beatle Paul McCartney, que aconteceu no estádio no dia 7 de maio de 2013. Pode mencionar a final do Goiano de futebol de 2014, dia 13 de abril. E pode lembrar o penúltimo amistoso da Seleção Brasileira antes da Copa de 2014, dia 3 de junho, contra o Paraná. Todos sem incidentes dignos de nota.
MELHORIAS
Entretanto, Gueroba prefere reconhecer que o estádio tem deficiências e que elas serão e estão sendo corrigidas dia-a-dia. É o caso da recuperação do sistema original de iluminação externa, concluído por ocasião da partida entre Goiás e Emelec. Uma nova iluminação externa, mais moderna e eficiente está a caminho, mas enquanto isso não acontece, todo o sistema original foi recuperado e está em pleno funcionamento.
Outra medida em andamento é a instalação de novas cadeiras, inclusive em boa parte do antigo setor de arquibancadas, garantindo maior conforto aos usuários da praça esportiva. Visando também uma melhoria para o público, a Administração do Serra Dourada solicitou e a Agetop já marcou data para licitar as permissões de operação dos bares no interior do estádio, uma medida inédita na história do complexo.
No que diz respeito ao campo de jogo, o Serra Dourada continua sendo um palco diferenciado. Apesar do clima extremamente seco nos últimos meses e de servir aos três times de Goiânia, o que resulta em aproximadamente 90 jogos por ano, o gramado do estádio está em condições excelentes, principalmente se comparado ao de algumas “arenas” erguidas recentemente para a Copa do Mundo no Brasil, casos, por exemplo, de Manaus e do Maracanã, no Rio de Janeiro.
FESTA
Mas o argumento mais forte a favor do Serra Dourada e da sua ainda boa funcionalidade, em que pese as deficiências por tempo de uso, é a presença maciça e a enorme e bela festa proporcionada pela torcida do Goiás no jogo contra o Emelec. Otimistas com o sucesso do seu time, os torcedores organizaram manifestações dentro e fora do estádio, demonstrando a sua força e capacidade de mobilização.
Fora do Serra Dourada, proporcionou um espetáculo emocionante na chegada da sua delegação. Os torcedores estavam aguardando o time no setor de desembarque dos jogadores e a recepção foi calorosa e festiva. Dentro do estádio, foram ocupados praticamente todos os setores e o que se viu foi o incentivo aos atletas durante todo o confronto. O Goiás acabou eliminado, mas ficou clara a grandeza, força e beleza de sua torcida.
Quanto ao Serra Dourada, ficou evidente que o estádio ainda tem operacionalidade e continua sendo a casa perfeita para os times goianos. Especialmente para mostrar a grandeza e a força deles quando lutam efetivamente e com possibilidades reais de conquistas em competições nacionais e internacionais.
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