Há 10 anos, quando a decisão do Campeonato Goiano de 2005, entre Vila Nova e Goiás, foi para a cobrança de pênaltis, após empate nos dois jogos finais, pelo menos uma entre as quase 40 mil pessoas presentes ao Serra Dourada não quis ver as cobranças.

Patrícia Negrão, torcedora do Vila Nova, virou-se de costas para o gramado e mentalmente conversou com Deus, prometendo que se o seu clube do coração saísse vitorioso na disputa, ela daria a volta em torno do gramado do estádio, nas arquibancadas, de joelhos.

Se a promessa teve peso na definição do confronto é algo difícil de afirmar, mas o fato é que o Vila Nova ganhou o título, o 15º da sua história e o mais recente e derradeiro na primeira divisão. E promessa feita, o jeito foi cumprir, o que Patrícia fez quarta-feira, 30 de setembro.

PAGAMENTO

É verdade que Patrícia demorou um pouco a pagar a promessa, mas ela justificou dizendo que se preparou várias vezes para fazê-lo e alguma coisa atrapalhava. Agora, com o apoio e cobrança da filha Giulia, outra apaixonada pelo clube, ela finalmente pode cumprir o prometido em 2005.


Com a bandeira nas costas, Patricia paga promessa no Serra Dourada

“A Giulia pegou no meu pé, dizendo que o não pagamento da minha promessa pode ser a causa do jejum de títulos do nosso time na primeira divisão”, brincou Patrícia, acrescentando que, pelo sim, pelo não, resolveu vir pagar a promessa, inclusive para não correr o risco de prejudicar o Vila no importante duelo com a Portuguesa no Brasileiro da Série C.

Como se sabe, o Vila Nova começará na quarta-feira, 7 de outubro, no mesmo Serra Dourada, o confronto com o time paulista que definirá qual dos dois terá acesso à Série B do Brasileiro para a temporada 2016. Superstição ou não, melhor não brincar com essas coisas num momento tão importante.

DESDE CRIANCINHA

Patrícia Negrão explicou que torce pelo Vila Nova desde a tenra idade, primeiro por influência familiar. A mãe dela é torcedora do Vila, igualmente desde criança. Depois, ela passou a contar com o incentivo de um professor na escola, outro apaixonado pelo clube.

Mas a paixão aflorou de vez quando o irmão, também vilanovense, passou a trazê-la regularmente ao jogos do time. A partir desde momento não deu mais para segurar.

“Nem sei porque a gente sente um amor tão grande. O Vila é um time engraçado. Não tem tantos títulos assim, vive lutando contra adversidades e tentando se erguer, mas atrai essa multidão toda”, filosofou ela.

Mesmo sem ter uma explicação coerente para essa verdadeira paixão que sente pelo clube, Patrícia cumpriu sua promessa, deu a volta por todo o anel de arquibancada do Serra Dourada.

Foi embora cansada e com os joelhos machucados, mas feliz e esperançosa de que seu time subirá de série no Brasileiro e que viverá melhores e vitoriosos dias no futuro. Foi para casa com um belo sorriso no rosto.

2005

O Campeonato Goiano de 2005, objeto da promessa de Patrícia Negrão, foi a 62ª edição do certame. Foi disputado por 12 equipes, divididas em dois grupos de seis cada.

No final, o Vila Nova ficou com o título, o 15º da história do clube. Mas o artilheiro da competição foi Paulo Baier, jogador do Goiás, com 12 gols assinalados.

Vila e Goiás chegaram à decisão porque foram os vencedores de cada grupo. O Goiás ganhou o Grupo A e o Vila o B. E depois venceram os duelos da fase semifinal. O Vila superou o Mineiros e o Goiás bateu o Grêmio Inhumense.

As duas partidas finais aconteceram no mês de abril.

Na primeira deles, dia 10, o resultado foi empate por 1 a 1. Marquinhos Paraná abriu o placar para o Vila, no primeiro tempo, e Paulo Baier empatou para o Goiás, na segunda etapa.

O jogo final foi uma semana depois, dia 17, e aconteceu um novo empate, desta vez por 0 a 0.
Desta forma, a decisão foi através de cobranças alternadas da marca de pênalti e o Vila Nova saiu vencedor por 3 a 1.


Patricia Negrão e a filha, Giulia

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